quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Desafios iniciais: o projeto torna-se realidade

Creio ser importante iniciar meu relato nesse blog escrevendo brevemente sobre como surgiu o Projeto Rondon 2011, que trilhou seus caminhos desde o Ministério da Defesa, em articulação com outros Ministérios, lá em Brasília, passando pela Fundação João Pinheiro, na cidade mineira de Belo Horizonte, até culminar em Jaçanã, essa calorosa cidade situada na porta dos fundos do Trairí Potiguar, beirando os limites da Paraíba.

Para estarmos aqui hoje, muitas pessoas dedicaram tempo e trabalho para que o Projeto Rondon se tornasse realidade. Primeiramente, o Ministério da Defesa, representado pelas Forças Armadas, percorreu cada município da região do Seridó, e alguns do Trairí, como é o nosso caso, explicando sobre o Projeto e perguntando se as cidades gostariam de participar. O apoio do município, convém dizer desde logo, é fundamental para o sucesso das operações, já que o Projeto requer alguns gastos por parte da Prefeitura, além de contar impreterivelmente com a participação dos próprios habitantes locais.

Firmada a parceria entre Ministério e municípios, foi a vez das instituições de ensino iniciarem suas proposições sobre as oficinas e capacitações que poderiam oferecer durante o Projeto. Lembro-me bem desse tempo. Era meados de Agosto - que em Minas é conhecido como o mês dos ventos - e já começávamos a pesquisar na internet sobre o município de Jaçanã. Coletamos alguns dados em diversas fontes secundárias (IBGE, Ministérios, Governo Estadual do Rio Grande do Norte, Prefeitura Municipal de Jaçanã) e começamos a pensar no Projeto da Fundação João Pinheiro.

Não sei se todos sabem, mas a Fundação João Pinheiro é o órgão mineiro que abriga a Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho. A escola é uma iniciativa do Estado de Minas Gerais no sentido de formar, qualificar e desenvolver seus próprios administradores públicos. Assim, com o Curso Superior de Administração Pública - CSAP, o Estado coloca seu corpo técnico em constante preparação e atualização para superar, com mais eficiência e efetividade, os desafios cotidianos da administração pública.

Dessa maneira, o Projeto Rondon se fazia presente muito antes de que colocássemos pela primeira vez os pés em terras jaçanaenses. Ainda em Belo Horizonte, preparando as oficinas, imaginávamos e especulávamos sobre que realidade nos estaria esperando naquele mês de janeiro próximo. Jaçanã, para nós, ainda era sonho, medo e expectativa.

E assim o tempo foi passando. E foi passando como lhe é de costume em Belo Horizonte, apressado, sem permitir muitas paradas para recuperar o fôlego. Como a areia que nunca pára de descer pelo minúsculo orifício de uma ampulheta, nem sequer nos demos conta e já estávamos partindo do aeroporto de Confins e pousando no aeroporto Augusto Severo, em Natal. De lá para Jaçanã foi um pulo. 

Chegamos na cidade debaixo de uma bruta chuva. Nem parecia que estávamos na região do semi-árido. Nem bem nos instalamos e ficamos sabendo que, pelo volume de águas, uma ponte havia caído na estrada para Natal. A ponte já foi concertada, mas foi um susto saber que estivemos tão próximos de não chegar.

Logo no dia seguinte, pela manhã, participamos de uma palestra com as autoridades locais que contou com a brilhante participação da orquestra sinfônica dos alunos do PETI - o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Vale ressaltar aqui a ótima regência do Junio, que deixou os meninos afinadinhos para a apresentação.

Entretanto, foi durante o evento que soubemos que o nosso cronograma, isto é, o planejamento das oficinas a serem ministradas na cidade, suas datas e horários, havia se extraviado por algum canto dos longos caminhos que ligam Brasília, Minas e o Rio Grande do Norte. Resultado: a Secretaria Municipal de Educação não teve como divulgar as oficinas e, portanto, ninguém sabia, nem tinha se planejado para elas!

Diante do imprevisto, logo fez-se uma pequena alteração no cronograma, reservando o dia de segunda-feira todinho para a divulgação. Nesse trabalho, destaque para a atuação de Fabiano, Secretário de Educação, da Zefinha, da Rádio FM Flores e, claro, de Gilvan, que foi fundamental com a circulação do carro de som.

Ao final dessa segunda-feira, embora cansados, algo motivava a todos. Nosso primeiro contato com Jaçanã fora muito amistoso, o que nos levou a crer que as semanas correriam em um clima de apoio mútuo em prol do desenvolvimento da cidade, dos cidadãos, dos administradores locais e, sem qualquer dúvida, de nós mesmos. Os obstáculos encontrados não são outra coisa senão sinais de que aquela idéia iniciada em Brasília, que aos poucos foi crescendo e contagiando nossos sonhos, ia tomando corpo e alma e se tornando realidade. "A vida é real e de viés" já dizia Caetano. Mas, ao fim e ao cabo, esses desafios são oportunidades de crescer e ser melhor!

Esperamos que essas semanas possibilitem um encontro cultural que seja rico e proveitoso para todos os envolvidos. Sem dúvida trabalharemos para isso e contamos com o apoio de todos.

Viva o Rondon!
Viva Jaçanã!

Bruno Magalhães

Ps: Nos próximos tópicos traremos relatos dos diversos rondonistas, dos cidadãos de Jaçanã e também das autoridades locais sobre as oficinas e o projeto. Também se disponibilizará todo o material utilizado nos cursos dados.


2 comentários:

  1. Queridos amigos do Projeto Rondon é motivo de alegria tê-los conosco e tenham certeza que este projeto veio enriquecer o povo jaçanaenses e trazer a melhoria para qualidade de vida do nosso povo. Saiba que vocês deixarão muito de si em cada um e nós.

    Com carinho
    Zefinha

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  2. Ei Zefinha!

    E com certeza levaremos muito dessa hospitalidade gostosa do povo Jaçanaense! Por isso esse encontro é tão rico, pois todos ganhamos!

    Obrigado por todo o apoio!
    Beijos,
    Bruno

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